Produção de Embalagens
O mercado de papel espera que a retomada do consumo impulsione a produção de embalagens.
Nos últimos anos, com a queda da demanda interna, empresas do setor têm reforçado as exportações.
“Há a perspectiva de melhora em 2019. O segmento de embalagens tem uma ligação muito forte com o PIB. Acreditamos no crescimento da demanda”, afirma o diretor comercial da Ahlstrom-Munksjö na América Latina, Luciano Neves.
Papel para embalagem
O gerente de estudos econômicos da Pöyry, Manoel Neves, destaca que o papel para embalagem é diretamente beneficiado pela melhora do ambiente econômico.
“É esperado um ciclo positivo e todo tipo de produto utiliza embalagens: alimentos, remédios, bens de consumo, entre outros.”
Diante desse cenário, a Ahlstrom-Munksjö investiu cerca de R$ 100 milhões em sua fábrica de Jacareí (SP) para ampliar a capacidade de produção de papéis especiais revestidos (utilizados na fabricação de embalagens).
Demanda do mercado
“Produzimos 105 mil toneladas de papel por ano. Com essa expansão, 100% dessa capacidade poderá ser convertida em papéis especiais”, explica Luciano Neves.
O executivo conta que em 2018 a demanda do mercado interno foi abaixo do esperado.
“Tem sido difícil, cresceu muito pouco. Enxergamos a demanda bem morna, parecida com 2017.”
Devido a esse panorama, a empresa teve que ajustar o planejamento original para manter a produção em 100% da capacidade instalada exportando mais.
“Orientamos nosso negócio para desenvolver mercado e exportar mais.
Nosso foco é América Latina e também buscamos os Estados Unidos”, conta Luciano Neves, que estima que as exportações totalizam cerca de 30% da produção nos últimos dois anos. “Anteriormente, era em torno de 10%.”
Fábrica de papéis especiais
A empresa espera que, com a melhora da economia brasileira, esse percentual de exportações seja reduzido. “Quando o produto vai para exportação, o custo logístico é maior”, destaca.
Além do investimento na unidade de Jacareí, a Ahlstrom-Munksjö comprou uma fábrica de papéis especiais da MD Papéis, em Caieiras (SP).
O investimento foi próximo de R$ 400 milhões.
“Temos confiança no mercado brasileiro e na América Latina. Decidimos investir antes das eleições presidenciais e acreditamos no crescimento do segmento”, afirma o executivo.
Higiene e consumo
Ambiente econômico
Manoel Neves destaca que, além do mercado de embalagens, o segmento de papel tissue (para uso higiênico) deverá se beneficiar da melhora do ambiente econômico.
“É um setor diretamente ligado a renda, saúde e higiene, que já vêm crescendo”, pontua.
A Solenis, fabricante de especialidades químicas para diversos mercados, como celulose e papel, petróleo e gás e mineração, avalia que teve um ano de 2018 positivo, mas abaixo das expectativas.
Matéria-prima
“Houve alguma frustração com o desempenho econômico regional e fomos afetados pela inflação de matéria-prima e valorização do dólar”, afirma o vice-presidente América Latina da Solenis, José Armando Piñón Aguirre.
O executivo conta que a empresa cresceu acima de 10% neste ano, principalmente por conta do mercado de papel e celulose.
Segmento de embalagens
“É uma área que tem uma competitividade muito alta. Vimos um crescimento importante no segmento de tissue e esperamos crescer juntos com nossos clientes no segmento de embalagens.”
Aguirre conta que a inflação de insumos utilizados pela companhia foi ocasionado por furacões que atingiram fábricas do setor químico nos EUA e pelo fechamento de plantas na China, devido a restrições ambientais.
“Afetou a oferta mundial de matéria-prima. Com a desvalorização cambial, isso ficou ainda mais elevado.”
A empresa tem três unidades fabris no Brasil, localizadas no interior de São Paulo, e espera crescer pelo menos duas vezes o PIB em 2019.
“Nos últimos anos, a economia do País encolheu, mas sempre temos crescido. Procuramos nos preparar, independentemente do cenário macroeconômico.
Mas o crescimento nos beneficiaria”, diz Aguirre.
Fonte: CELULOSE ONLINE
Disponível em: https://www.celuloseonline.com.br/producao-de-embalagens
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